Como se percebe pela leitura do texto, tanto Mussolini como Hitler assumiram políticas imperialistas (ao menos no sentido de expansionismo territorial). O que é território e por que ele tem uma importância tão grande para as políticas totalitárias?
Para Carré de Malberg, o Estado necessita ter seu próprio território para que tenha poder estatal, o qual a comunidade precisa de um solo para formar um Estado. Território refere-se ao espaço geográfico da nação e o alicerce físico, objetiva a área de validade de ordem jurídica e de limite para sua jurisdição. Não se confunde com nação, povo e Estado, trata-se do país em si. É no território que se valida as leis no país, sua força física legitima de Estado e que está o limite da sua jurisdição. Não permite que outro Estado venha intervir nesse espaço, caso isso ocorra o exército é acionado. Carré ressalta a importância de “impor seu próprio poder soberano afastando a intervenção de todo poder soberano alheio”. A Delimitação territorial, pertence ao Estado e as leis deste. O território tem como importantes características a estabilidade do exercício de poder dentro do seu espaço e delimitação de limite espacial do poder: independência, paz e segurança. Tem como conceito jurídico a delimitação de poder geográfico que exerce Poder soberano, os demais estados reconhecem esse Espaço como área de não intervenção, outro direito e outra força. Quando um território não tem um Estado definido ocorrem disputas para a posse desse espaço.
Os territórios são importantes para políticas totalitárias, pois entre suas características está o expansionismo, o qual objetiva conquistar outros territórios por meio da força ou convencendo-os. Como exemplo é possível citar a Alemanha após a confirmação de sua derrota na Primeira Guerra, em razão do Tratado de Versalhes, o qual impôs punições ao país, tais como, pagamento de indenizações aos países que ganharam a guerra, proibição de produção de armas pesadas de uso militar e a perda de território. Fato que motivou o partido nazista a negociar transferências de população com Stalin e Mussolini entre outros, objetivando aumentar a homogeneidade étnica. Além disso, durante o nazismo, o militarismo foi uma das medidas usadas para recuperar a economia, abrindo fábricas que produziam aparatos e armas militares com o objetivo de reduzir o número de desempregados no país. Ainda, após a restrição de serviço militar do Tratado de Versalhes serem extintas, cerca de 1935, quando Hitler era o primeiro-ministro, o militarismo fortaleceu a expansão territorial da Alemanha.