Qual a diferença entre população e nação?

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Qual a diferença entre população e nação? A partir do texto acima, explique de que forma o conceito de nação era importante para as experiências totalitárias nazistas e fascistas e o quais as consequências do uso dessa categoria (“nação”) pelos estados totalitários.

Basicamente, a diferença está nos dados numéricos populacionais, demográficos e de espaço territorial, enquanto a nação faz parte da população e tem vínculo de identidade linguística, cultural, crenças, origem, raça etc. Nesse contexto Sieyes afirma que uma nação livre é aquela que recorre a si própria, para combater as diferenças por meio da constituição, aquela que luta por igualdade. A nação vem de um lugar que a unidade não existe, ou seja, de grupos diferentes e que necessitam de unificação. A formação da Alemanha é baseada nesse conceito, em que existiam muitos reinos-germânicos (origem): alamanos, suíços, flamengo (Bélgica) etc., os quais tinham tradições, idiomas e crenças. O totalitarismo nesse caso caracteriza-se pelo domínio absoluto dos partidos políticos sobre essas nações, as quais tinham regime autoritário e de concentração de poder, além de ser expansionistas e investirem na produção de equipamentos e armas de guerra, controlava a propaganda de modo massivo, repressivo e punitivo. Tanto a Itália quanto a Alemanha vêm de um momento pós-guerra (1ª Guerra Mundial), passando por crise econômica e desse modo, formando esse movimento fascista que fizeram parte de ambos os países.

Na Alemanha, dada a crise econômica, principalmente, pelo Tratado de Versalhes, aflorou o sentimento de revanche e extremismo nacionalista, adeptos ao Partido Nazista com a promessa de criar um Estado Forte, gerou uma ditadura que se caracterizou pela exaltação do líder, controle por meio de propaganda e a militarização da sociedade. Tinha uma visão em relação aos judeus como “aproveitadores” e de apropriação das riquezas nacionais. Das mais graves consequências além do medo e intimidação, controle autoritário e punitivo está a retirada da nacionalidade dos Judeus, tornaram-se apátridas, estes deixaram de fazer parte de um Estado e como não havia nenhum outro Estado que os reconhecessem ou quem lutasse por eles, os Judeus tiveram os  seus direitos privados e não havia quem os defendesse dentro da Alemanha, não tinham mais cidadania e assim não tinham direito concedidos, basicamente é possível dizer “não tinham o DIREITO de ter DIREITOS”, com isso foram perseguidos e enviados aos campos de concentração, período denominado Holocausto, fato que faz parte da medida de antissemitismo e purificação de raça Ariana, em que outras raças além dos judeus foram excluídos, tais como: negros, ciganos, homossexuais etc. Para Bobbio o fascismo entre os dois países difere-se em relação ao seu caráter, em que na Alemanha apresenta-se o fascismo reacionário de direita e na Itália revolucionário de esquerda.  Ainda, é possível citar por meio dos estudos realizados de Hannah Arendt a banalidade daquele que cumpria a ordem imposta, hierarquizada e de rígidas convicções e que não importa a moralidade da ação, existe aqui um choque entre o que é moral dentro da norma de dignidade humana tanto para as vítimas quanto pelos agressores.